Não estava a fim de festa ou fogos; primeiro foi a enxaqueca. Depois, talvez por delírio de analgésico, houve um bom motivo: havia um caderno novinho que eu me havia dado de natal, capa dura vermelha, páginas sem pauta de papel pólen, me chamando para uma conversa. Levei a caneta. Aquela noite escrevi mais de cinco mil palavras. Depois os dias se estenderam e fui percebendo mais coisas que poderiam virar poesia. O projeto: o poema enquanto algo.
Estou feliz em compartilhar a primeira parte com vocês!
o poema enquanto ele mesmo
o poema enquanto título da obra individual às vezes GRITO, às vezes minguo, às vezes me estendo como um verso o poema enquanto mote o anteverso em que o poema e o ensaio colidiram o poema enquanto verso o precipício do raciocínio e o pesadelo da prosa o poema enquanto estrofe vários versos quebrados em lugares aleatórios que dizemos ter lógica consci- ente o poema enquanto ritmo acender uma serpentina, penar verso decassílabo, rejeitar a arte em reticências, nada é mesmo inanimado o poema enquanto rima quando rara, dobre-se o som à minha proeza quando preciosa, desbrava-se à revida de orquídea o poema enquanto a metáfora a semente é um potencial da flor o desenho da flor é só um delírio o poema enquanto pontuação às vezes, sim às vezes não às vezes: fala às vezes; fende às vezes, pausa às vezes fim.
Abaixo uma nuvem das palavras mais usadas no projeto:
Logo mais novidades sobre o projeto. Obrigada por ler.
Letícia
Ohh, this is lovely. I had to use Google translate, which is of course the worse way of translating, but I think I got the idea of this project, and that is what I really like.
I hope you got my DM on Twitter, but this is even better than I thought of.
Thank you, Arjan! Yes, I did. Sorry I took that long to answer. Somehow twitter won’t notify me of DMs. I tried to change the settings but couldn’t find the option.